01/05/2016

Continuamos a chamar o táxi?


            A Uber apareceu em Portugal em 2014 e desde aí que tem conquistado muitos adeptos que pretendem deslocar-se de carro pela cidade de Lisboa e Porto, sendo uma nova alternativa aos tradicionais serviços prestados pelos taxistas.
            Mas se a app da Uber se mostrou um tremendo sucesso, nem todos ficaram contentes com esta novidade, sobretudo os taxistas experientes que olham para a Uber como um potencial problema para a continuação do seu negócio.
            Pessoalmente, apenas posso avaliar a prestação dos taxistas e devo dizer que não tenho quaisquer razões de queixa. Apesar de criticados por alguma conduta pouco profissional e certa dose de antipatia e outra dose de estereótipos, considero essas críticas a excepção visto que só posso aconselhar.
            Não sou cliente da Uber mas são visíveis as vantagens que oferecem a uma sociedade que cada vez mais usa as tecnologias como uma ferramenta no dia-a-dia. Penso que é exactamente essa componente que torna a Uber tão atractiva. O facto de ser moderna, com boa imagem e estar actualizada perante as necessidades dos seus utilizadores tanto no que diz respeito às formas de pagamento como o método prático de chamar um motorista e fazer tracking da viagem e tempo de espera, e mesmo o custo que é calculado automaticamente e que não dá espaço para desonestidade.
            Se as queixas dos taxistas são, na minha opinião, completamente fundamentadas visto constituírem argumentos para a defesa de concorrência desleal a verdade é que não raras vezes ouvi o descontentamento basear-se apenas no facto de a Uber representar simplesmente uma concorrência. Exacto, ter competição no mercado é sempre uma coisa chata, pode arruinar-nos os planos especialmente quando estamos habituados a um longo reinado sem problemas mas isso não é razão para a violência física e verbal que de que os motoristas da Uber têm sido vítimas por parte de taxistas que não se conformam com a sua existência.
            Os serviços prestados pelos taxistas não são inferiores mas o respeito e profissionalismo tem de existir, bem como a liberdade de escolha de acesso a diferentes serviços mas também não deixa de ser verdade que todos os taxistas são obrigados a ter certificado da profissão e licenças dos veículos o que explica a injustiça que invocam.

            Uber e Táxis não estão em pé de igualdade. E essa falta de igualdade é protegida por um vazio legal que permite à Uber continuar a funcionar. A solução da questão ainda está pendente e é possível que tenha de passar por alterações na lei, até lá, podemos sempre escolher como queremos chegar ao nosso destino de entre as opções que temos disponíveis, tal como escolhemos a operadora dos nossos telemóveis ou a companhia onde voamos.

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