Este domingo foi a votos na Câmara
dos Deputados o denominado impeachment, processo para destituição de Dilma
Rousseff aprovado com 367 votos, 137 contra e 7 abstenções. E agora? O que
esperar do Brasil? Eleições em Outubro? Limitação de mandato? Ascensão de
Temer?
A responsabilidade de organização
dos Jogos Olímpicos indicava a concretização de um ideal económico e de sucesso
na estabilidade interna. Há ironia maior? A cerca de 4 meses do maior evento
desportivo do mundo, a ser concretizado no Rio de Janeiro, o Brasil vê-se a braços
com uma crise política sem solução à vista.
O vice-presidente brasileiro Michel
Temer é quem mais tem a ganhar caso se verifique a destituição de Dilma, substituindo-a
nas suas funções. Por outro lado, o vice-presidente Cunha pode vir a assumir um
cargo na eventual presidência de Temer (ambos membros do PMDB) mas por enquanto
mantém-se como líder da Câmara baixa do Congresso ao mesmo tempo que enfrenta
acusações no Supremo Tribunal Federal por suspeitas de corrupção e lavagem de
dinheiro no caso LavaJato.
Michel Temer enfrenta um pedido de
destituição igual ao de Dilma e Cunha pode ser o próximo. Entre os deputados
que votaram a favor da destituição de Dilma por problemas de manipulação do
orçamento, existe quem tenha recebido fundos dessa mesma empresa que provocou o
maior escândalo de lavagem de dinheiro do Brasil, a mesma que pôs Lula e Dilma
em maus lençóis.
Se Dilma precisava de ser afastada,
este afastamento não resolve absolutamente nada tendo em conta o contexto de
crise económica e politica brasileira. Se o ambiente social já era pesado, multiplicam-se
as manifestações pelos vários estados brasileiros contra e a favor da
destituição.
Hipocrisia generalizada é o que
pudemos verificar durante a votação do impeachment a Dilma. Dilma Rousseff não
enfrenta acusações relacionadas com corrupção apesar da tentativa de protecção
de Lula na investigação na operação LavaJato. O mesmo não se pode dizer de
outros elementos envolvidos no processo.
Actos de violência física, faixas de
contestação a Cunha, linguagem inapropriada, insultos homofóbicos e apelos
fascistas, discursos prévios à votação pautados por falso populismo e reflexo
da baixeza dos deputados, entre muitas outras faltas de respeito fizeram parte
deste momento da história do Brasil.
Para além de Dilma, são estes os
representantes do país. Boa sorte Brasil, vais precisar.
Sem comentários:
Enviar um comentário