09/03/2016

Quando as mulheres se unem, coisas incríveis acontecem

   Ontem foi dia da mulher e não pude deixar de comparar a situação das mulheres portuguesas, europeias ou de uma certa cultura dita ocidental com a de milhares de outras mulheres como eu, cujos países e compatriotas as subjugam e olham para elas como seres inferiores.

   Apesar das nossas lutas mais do que fundamentadas dei por mim a desejar que as próximas conquistas das mulheres do meu país passem pela denúncia da violência de que são frequentemente vítimas quer por parte dos próprios companheiros quer pela sociedade que infelizmente ainda encontra elementos que pensam ter o direito e poder de nos pisar e usar a seu belo prazer.
   Enquanto pensava como seria bom se as mulheres tivessem a mesma facilidade de acesso a determinados trabalhos predominantemente masculinos, cargos de topo, ou posição de gestão e de carácter político. Pensava como seria uma grande conquista se o facto de sermos capazes de dar a vida não fosse um peso desfavorável para conseguir e manter um trabalho.
   Mas mais do que olhar para as circunstâncias que nos rodeiam é essencial ver mais longe. Em sociedades africanas, indianas ou árabes para apenas nomear alguns exemplos, os desafios que estas mulheres enfrentam são ainda maiores e cobertos de maior gravidade. Em pleno século XXI, os direitos destas mulheres são questionados, percepção essa protegida por vezes, por ideais religiosos ou em nome de tradições e elementos identitários.
  A questão nem se prende com a existência de protecção e segurança para mulheres desprotegidas ou conquista de direitos de trabalho mais equitativos. A base de argumentação é muito mais retrógrada que isso, como se de uma era primitiva se tratasse, pois a discussão ainda se centra na humanidade com que estas mulheres devem ser tratadas.
  Existe um longo percurso a percorrer numa estrada cheia de altos e baixos. Como li recentemente, quando as mulheres se apoiam mutuamente, coisas incríveis acontecem. É importante que a leve brisa de mudança se torne um vento forte nas sociedades mais atrasadas para que as próprias mulheres por todo o mundo ganhem consciência de que são iguais aos homens e que não existe uma passagem de um livro sagrado, governo autoritário ou rito de transição que as possa fazer acreditar que são diferente e menos dignas de respeito


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