Esperar
é morrer! Que o digam os doentes que se dirigiram às urgências procurando o
tratamento dos seus sintomas e o que encontraram foram horas de espera que
infelizmente acabariam por terminar na sua morte.
Causa-me
algum desconforto pensar nas histórias que vem surgindo relatando os casos de
longas horas de espera que terminam na morte dos pacientes. Sinceramente, como
é que é possível deixar-se um filho descobrir um pai morto numa maca, num
corredor de um hospital? Como é que é possível deixar-se alguém esperar 15
horas? Há uma questão, aqui, fundamental o que é que está mal?
Estamos
em pleno Inverno, numa altura em que o pico das gripes prevalece e por
consequência existe um maior congestionamento das urgências. E deveria ser
exactamente por este mesmo motivo que seria necessário existir uma estratégia
bem delineada que permitisse assegurar aos utentes um atendimento de qualidade,
onde realmente se fizessem os possíveis e os impossíveis para garantir que se fez
o melhor por cada utente.
A
minha recriminação não está no facto de morrerem pessoas, infelizmente, os
médicos não conseguem salvar toda a gente, mas sim em casos como um homem ter
um AVC e ser deixado a morrer num corredor de um hospital, à espera. Digam-me à
espera de que? A pergunta que faço é que Serviço Nacional de Saúde é este que
permite situações destas? Que SNS é este que permite que alguém esteja 15 horas
à espera, porque lhe foi dada uma pulseira verde, e acabe por morrer? Na minha
ignorância eu penso que ninguém se sujeitaria a estar 15 horas num hospital se
não se sentisse realmente mal! E a justificação que dão é a falta de médicos?
Engraçado ver que do outro lado da moeda vejo estudantes a lutarem anos a fio
para conseguirem entrar num curso de medicina porque, ano após ano, ficam a
décimas. Muitos deles acabam por ir
estudar para Espanha, porque o seu país não
lhes deu essa oportunidade. Parece que a máxima do nosso primeiro-ministro de
que emigrar é a melhor solução é que permanece como o método a seguir!
Custa-me
constatar que se for a um hospital privado sou atendida em uma hora, enquanto
num hospital público se esperar quatro horas sou uma sortuda. A conclusão que
tiro: Para ter um atendimento com mais qualidade e mais humano tenho que pagar
mais. É certo que nem sempre funciona assim, mas no geral algo está mal no
funcionamento dos centros de urgência do nosso país. E eu gostava de ver algo
mais concreto a ser feito, para que o lema esperar é morrer não continue a ser
uma realidade.
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